Vamos aprofundar um pouco o nosso assunto sobre o exame de citologia oncótica?
Uma amostra de células do colo uterino sob as lentes do microscópio, conhecimento e experiência do médico especialista, as alterações celulares podem chamar a atenção e ser um indicativo de problema de saúde, que poderá se agravar futuramente.
O médico habilitado em citologia oncótica lida, todos os dias, com essa situação. Ele examina microscópicamente as células de diversas partes do corpo humano para rastrear atipias celulares e detectar possíveis lesões tumorais com potencial de malignidade, assim prevenindo o câncer ou proporcionando um diagnóstico precoce, passível de tratamento e cura.
Para as mulheres, o exame “preventivo do colo do útero”, também chamado de “colpocitologia oncótica” e “Papanicolau”, é uma importante ferramenta para a prevenção do câncer do colo uterino.
Para a obtenção de material satisfatório para o exame, o ginecologista deve realizar uma boa amostragem da região da ecto-endocérvice, utilizando-se a espátula de Ayre. O ginecologista gira essa espátula ao redor do orifício externo do colo uterino, fazendo uma volta completa de 360°, além de utilizar uma escovinha apropriada para a amostragem do canal endocervical. Após isso, ele realiza um esfregaço sobre a lâmina, que deve ser “fino” e colocado imediatamente no álcool (pode ser de 70° ou até o álcool absoluto) para ser enviado ao laboratório. O exame ginecológico é simples e normalmente não dói!
Abaixo citamos algumas orientações fornecidas pelo Instituto Nacional do Câncer sobre as condutas após a realização do exame de papanicolau:
• Se o resultado for negativo para câncer o acompanhamento com novo exame preventivo deverá ser realizado em 03 anos; em consultórios particulares esse acompanhamento costuma ser anual. Havendo qualquer queixa nesse período, a mulher deverá sim, retornar para nova consulta ginecológica.
• Casos de exames com células atípicas, porém de significado indeterminado, provavelmente benignas (ASC-US e AG-US) – a citologia deverá ser repetida em até 06 meses para mulheres com 30 anos ou entre 25 e 29 anos, repetir em até 12 meses.
Para lesões glandulares atípicas de significado indeterminado deve-se encaminhar a paciente para exame de colposcopia.
A colposcopia constitui uma propedêutica completa para mulheres com resultados citológicos positivos ou com lesões indeterminadas, utilizando lentes para ampliar e iluminar as lesões suspeitas, assim proporcionando melhor condição de exame para o ginecologista e facilitar a realização de biópsia.
• Exames com alteração de NIC I – o acompanhamento após o tratamento é realizado com citologias preventivas anuais, ou em alguns casos, em até 03 anos.
• Outras alterações (NIC II, NIC III e adenocarcinoma in situ/invasivo): neste caso o médico ginecologista realizará a colposcopia com biópsia para confirmação diagnóstica. Confirmado o diagnóstico, as condutas clínicas a serem tomadas dependem do tipo de tumor diagnosticado. Essa avaliação fica a cargo do médico ginecologista.
• Amostras insatisfatórias: isso pode ocorrer, infelizmente, principalmente em casos de hemorragia no ato da coleta, em casos de atrofia do colo (após menopausa) e demais situações que proporcionem dificuldade de coleta. A paciente deverá repetir o exame logo que possível.
É muito importante lembrar que os sintomas do câncer do colo uterino poderão aparecer apenas em fases mais adiantadas da doença, por isso, não deixe de se cuidar! Estamos com você